BEM VINDOS AO NOSSO BLOG, ESTA PÁGINA É PARA TODOS OS APAIXONADOS POR PESCA DESPORTIVA, PRINCIPALMENTE QUEM PESCA AO SPINNING E À BÓIA E OUTRAS TÉCNICAS E ONDE SE CONTAM AS SUAS EXPERIÊNCIAS E RESULTADOS E NÃO SÓ, MAS TAMBÉM DE INSISTÊNCIA....

16/10/2012

Aqui estão umas dicas do que os peixes vêem....

Mas afinal, o que vêem os peixes?

Os cientistas realmente não sabem o que vêem os peixes, ou seja, que imagens chegarão aos seus reduzidos cérebros.

A maioria dos estudos da visão dos peixes é feita por exames físicos ou químicos de partes diferentes de seus olhos, ou de estudos laboratoriais, de peixes a responderem às imagens ou a estímulos visuais. Isto é sempre complicado porque os resultados podem variar consoante as espécies habitem lagos, rios ou oceanos.

Os estudos físicos dos olhos e das retinas dos peixes demonstram que a maioria pode focalizar uma imagem claramente, podem detectar o movimento, e são muito hábeis em detectar diferenças de contraste. Isto está cientificamente demonstrado e existe já bastante literatura a respeito.

Contudo parece ser necessário um nível mínimo da luz para que os peixes possam detectar as cores. E embora a cor seja importante, a atracção da nossa amostra é uma combinação de várias coisas, entre elas o movimento, a forma, o odor, a cor, bem como a profundidade da água.

A maioria dos peixes têm um sentido da visão, mas ela normalmente fica aquém dos seus outros sentidos: do sentido do cheiro, por exemplo, ou da sua habilidade em detectar vibrações através da sua linha lateral.

Normalmente os peixes usam o seu ouvido, ou o sentido do cheiro para detectar inicialmente a sua presa, e só depois usam a visão e somente no ataque final. A maioria dos peixes pode ver em água suja, ou pouca luz, mas parece que os atuns e tubarões conseguem ver a distâncias maiores.

Ao longo da sua evolução a maioria dos peixes desenvolveram os olhos consoante as suas necessidades, por isso, os peixes mais costeiros têm uma visão melhor na identificação da cor, enquanto que os peixes pelágicos, do alto-mar, vêem a cor de forma limitada, distinguindo apenas algumas, além do preto e do branco.

Isto não é surpreendente, já que de um ponto evolucionário, as águas litorais têm muitas cores, enquanto que o mar aberto é principalmente azul ou verde.

A escolha da cor. Sugestões.


Isto é talvez o ponto mais importante a reter: A maioria dos predadores detecta as suas presas pelo contraste contra um fundo de diversas cores.


O nível ou o tipo de contraste depende de muitos factores: hora do dia, do tipo de fundo, da transparência da água, se está nublado ou se está sol, e talvez mesmo da estação do ano. Mas aqui não existem regras precisas, conseguiremos tão só aumentar as probabilidades de êxito quanto mais vezes formos aos pesqueiros, ou seja só com a experiência adquirida.


Mas talvez da próxima vez que lá formos, convém lembrarmo-nos de que:


• Será que as cores da minha amostra se vêm à profundidade que eu vou pescar? Por exemplo se o vermelho desaparece primeiro e por fim o azul, naturalmente fará mais sentido pescar com o azul.


• Se quero imitar uma petinga por exemplo a cor da amostra terá de ser igual à da petinga, mas à profundidade a que vou pescar e não quando tenho a amostra na mão.


• Quando o robalo caça, muitas vezes anda pelos fundos e vê a silhueta dos peixes à superfície, neste caso é muito difícil distinguir cores, e o ataque é mais incitado pelos contrastes. Por exemplo contra a superfície ou mesmo contra o céu escuro da noite, a silhueta escura dá o máximo contraste.


• O negro é a cor menos transparente, e oferece a melhor silhueta de noite. O preto é provavelmente a cor mais visível na esmagadora maioria destas circunstâncias.


• Se a tua amostra tem duas ou mais cores, a cor mais escura deveria prevalecer sobre a cor mais clara. Se repararmos quase todos os peixes pasto têm esta característica.


• Se pescamos em profundidade, o movimento, o ruído e as vibrações que produzimos são muito mais eficazes, do que as cores da amostra.


• Se a água esta tomada aumenta-se o contraste das amostras, diminuindo-se se está mais clara ou transparente.


• Se á pouca luz ou quando as águas estão tomadas os perfis da amostra são muito mais importantes, o negro e o vermelho proporcionam bons perfis.


• Algumas cores como o “Chartreuse” parecem trabalhar melhor que outras cores. Amarelo/Branco e “Chartreuse”/Branco funcionam bem. Branco e Vermelho dão bom contraste (Red Head)


A Incidência e a Polarização da luz.


Nós humanos não possuímos a capacidade de separar a luz polarizada da luz dita normal. A luz normal emite em todas as direcções perpendiculares à sua fonte, a polarizada emite só num plano. Quando a luz se reflecte em muitas superfícies não metálicas, incluindo a superfície do oceano, polariza-se até certo ponto.

Os óculos polarizados que usamos na pesca funcionam deste modo, ou seja, bloqueiam o componente polarizado horizontalmente da superfície do mar - que causa a grande maioria dos reflexos, mas deixa passar o componente reflectido verticalmente.

O facto de muito peixes verem luz polarizada (plano horizontal) ajuda-os nas suas migrações e permite sobretudo que eles nadem muito juntos uns aos outros.

Esta particularidade dos peixes predadores e não só de verem luz polarizada permite-lhes ter muitas vantagens: encontram mais facilmente os peixes-presa, mesmo os mais transparentes, pelo efeito do contraste e poderem verem mais longe.
Isto explica porque o robalo caça sobretudo em condições de pouca luz. E pela incidência dos raios solares, existe mais luz polarizada ao amanhecer e ao escurecer, razão pela qual o robalo parece estar mais activo e ser mais agressivo nestas alturas.

Então facilmente concluiremos que se a luz polarizada ajuda o robalo a encontrar comida, as nossas amostras artificiais devem possuir a capacidade de reflectir luz polarizada, sendo por isso muito mais atractivas para o nosso amigo robalo. Não é por acaso que uma grande maioria das nossas amostras artificiais possuem texturas e superfícies irregulares, pois são estas características que permitem reflectir luz polarizada.

Naturalmente que as grandes marcas de amostras usam esta e outra informação em seu próprio proveito, exactamente porque promovem investigação e desenvolvimento (I&D) nos seus produtos. E nestes casos o segredo é a alma do negócio.

Como as cores fluorescentes aumentam a visibilidade.


As cores fluorescentes como o “Chartreuse” são populares entre os spinnistas de mar. Nas condições certas a utilização destas cores podem ser produtivas, já que não existem de forma natural na natureza, e vêem-se a grandes distancias.

A cor fluorescente brilha ao ser exposta a uma luz que tenha um comprimento de onda curto. Por exemplo o Amarelo fluorescente aparece brilhante ao ser exposto ao ultravioleta, azul ou verde, e não aparece exactamente amarelo se for exposto a uma luz (Vermelha) que tem um comprimento de onda maior.
Então as cores fluorescentes têm uma variação menor consoante os comprimentos de onda, conservam mais a sua “cor original” a maiores profundidades sem grandes alterações.

A fluorescência das cores fluorescentes deve-se sobretudo à cor ultra-violeta, que nós não conseguimos ver. Nos dias cinzentos ou muito nublados os ultra-violetas são muito mais dominantes e quando apresentamos uma amostra com material fluorescente, essa amostra brilha e torna-se especialmente visível. Ao contrário em dias claros e com sol este efeito é muito menor.

Por isso uma amostra fluorescente é muito mais visível a distâncias maiores.
Por exemplo em águas esverdeadas a cor mais visível seria o verde fluorescente ou o chartreuse, mas se os robalos estão a atacar a petinga ou a cavala por exemplo, duvido que algum robalo ataque, pela simples razão de que estas cores não se parecem com nenhuma destas presas.

Resumindo,

Nesta pesca que nós adoramos - o Spinning de mar com amostras artificiais, nada é certo nem imutável.

Podemos tentar perceber de uma maneira mais (não quero dizer cientifica), mas mais elaborada, estas questões da luz e da influência da cor nas nossas amostras, mas é sempre matéria controversa e complicada.

A inteligência é a nossa única e grande vantagem no confronto com estes belos animais.

O robalo ataca sobretudo as suas presas, instigado por um comportamento instintivo em resultado de um ou mais estímulos. Estes estímulos incluem: movimento; forma; som; contraste, odor; cor; apresentação e outras coisas que nós desconhecemos.

As amostras artificiais mais eficazes naturalmente incluem estes ou alguns destes estímulos.

A par disto outras variáveis teremos de equacionar, como: a hora do dia, ou da noite; a maré; a dinâmica do biótopo; a fase lunar; a experiência do pescador; a adequação do equipamento de Spinning; o conhecimento dos spots e a sua interpretação, etc…


Esta equação começa a complicar-se e já vai bem longa,por isso, meus amigos a cor é um aspecto importante, mas só o é se o nosso amigo robalo a puder ver, e para isso, talvez este texto ajude mais um pouco na sua compreensão.

Sem comentários:

Enviar um comentário